O Dia Nacional da Cachaça é uma iniciativa do IBRAC, e já vem sendo comemorado desde 2009 pelo setor produtivo. O projeto de lei que estabelece o 13 de setembro como Dia Nacional da Cachaça está em tramitação no Senado Federal.
A escolha da data tem um motivo histórico: em 13 de setembro de 1661 acontecia a famosa rebelião de produtores brasileiros chamada Revolta da Cachaça.
Em 1635, quando os portugueses notaram que o mercado da Cachaça crescia e o produto tomava o lugar da bagaceira, produzido por eles a partir do bagaço da uva, o rei de Portugal proibiu a produção e a comercialização da Cachaça. Na época, os portugueses chegaram a ameaçar produtores de deportação, apreensão do produto e destruição dos alambiques. O cenário culminou no movimento liderado pelos produtores, o que abriu caminho para a legalização da bebida por Ordem Régia.
“A Cachaça é símbolo da resistência do povo brasileiro, pois enfrentou preconceitos desde a época do Brasil colônia, período no qual teve a sua comercialização proibida por várias vezes. Com mais de 500 anos de história, está ligada aos acontecimentos do Brasil e pode ser considerada o primeiro destilado das Américas, tendo sido produzida, pela primeira vez, de forma intencional, em algum engenho de açúcar do litoral brasileiro, entre os anos de 1516 e 1532, antes mesmo do aparecimento do Pisco, da Tequila e do Rum”, explica o executivo do IBRAC.
Expansão no mercado externo
Iniciativas como o projeto setorial de Promoção às Exportações de Cachaça – Cachaça: Taste The New, Taste Brasil, desenvolvido pelo IBRAC em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, e o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX) Agro Cachaça, desenvolvido pela Agência com o apoio do IBRAC, fazem parte da estratégia para impulsionador a Cachaça no mercado externo.
Perspectivas para o setor
Apesar dos números favoráveis para o setor, o executivo do IBRAC destaca que os esforços da categoria estão relacionados às políticas tributárias nas esferas federal e estadual.
“Um dos principais entraves para a categoria é a tributação, principalmente nos estados em que há a sistemática da substituição tributária relacionada ao ICMS. O fim dessa sistemática tem potencial para impactar positivamente uma parcela considerável da categoria, principalmente de micro e pequenos produtores. Alguns estados já acabaram com essa sistemática para algumas bebidas e é importante que o mesmo aconteça para a Cachaça e em uma escala nacional. Saliento que a Cachaça é uma bebida genuinamente brasileira, sendo a primeira Indicação Geográfica do país, e que gera cerca de 600 mil empregos diretos e indiretos”, frisa Lima.
“Neste ano, no qual celebramos os 200 anos da independência, precisamos reforçar a necessidade de um olhar atento, em reduzir esses entraves para garantir a sustentabilidade do setor tanto no mercado interno quanto no externo”, completa.
Sobre o IBRAC – Entidade representativa do segmento produtivo da Cachaça. Com abrangência nacional possui entre os seus associados as principais empresas (micro, pequenas, médias e grandes) do segmento produtivo da Cachaça de vários estados brasileiros, sejam elas produtoras, estandardizadoras ou engarrafadoras, que correspondem a mais de 80% do volume de Cachaça comercializado formalmente no Brasil. No Instituto também estão presentes 13 entidades de classe (estaduais/regionais/nacionais) do segmento produtivo. Com essa composição o IBRAC é a mais ampla representação de uma categoria de bebidas no Brasil. Mais informações em Instituto Brasileiro da Cachaça – IBRAC